BRAVIO - Associação Brasiliense de Violão

Notícias sobre o violão de concerto em Brasília

C O N V O C A Ç Ã O

Através desta convoca-se todos os interessados em fundar a Associação de Violão de Brasília (BRAVIO) para a Assembléia de sua Constituição a realizar-se em:

Escola de Música de Brasília (602 sul)
1 de setembro de 2005
19:00h.

Com os seguintes ASSUNTOS:

1. Aprovação do estatuto.
2. Eleição da diretoria e do Conselho Fiscal.
3. Assuntos Gerais.

Brasília, DF, 30 de agosto de 2005

Alvaro Henrique
Felipe Maravalhas
Fernando Dell'Isola
Júlio Cruz Alexandria
Maurízio Martins
Wagner Rodriguez

Um dia para entrar na história do violão em Brasília

"Pré-BRAVIO? O que é isso?", o público perguntava. A BRAVIO ainda não está registrada formalmente. Por que não fazer um grande concerto com os violonistas de Brasília para difundir a idéia e arrecadar fundos para a criação da entidade? Pois foi o que fizemos!

E como nasceu esse evento?

Maurizio Martins, que já organiza eventos violonísticos no Teatro de Sobradinho há quatro anos, e Alvaro Henrique, violonista brasiliense que acabava de retornar de São Paulo, em conversas informais, reclamavam da atual situação do violão de concerto em Brasília. Para mudar, a melhor alternativa que eles encontraram foi criar uma associação de violão. Quatro meses de reuniões e um esboço de funcionamento de associação foi gerado. Esse esboço foi discutido em reuniões na Escola de Música de Brasília, e foi enriquecido pelas sugestões dos participantes, em especial Fernando Dell'Isola, Júlio Cruz, Felippe Maravalhas, Wagner Rodrigues e Thiago Negreiros.

Nesse meio tempo, Alvaro e Maurízio conversar com o SESC Estação 504 Sul, e sua proposta foi muito bem recebida na instituição. Quatro eventos mensais foram marcados com a finalidade de fornecer uma prévia da BRAVIO em pleno funcionamento e arrecadar fundos para convidar artistas de outros estados. Para o primeiro desses eventos, tivemos a sorte de contar com a passagem de Jodacil Damaceno pela cidade. Somos muito gratos com a participação dele, que mesmo adoentado e sem qualquer remuneração, participou como estrela do dia.

As atividades iniciaram com um masterclass ministrado por Jodacil Damaceno. Naylton Bonfim interpretou a Bourée BWV 997, de Bach, editado por H. Pinto. As orientações dadas foram muito boas, colaborando para o estudante entender essa obra, especialmente no tocante à condução das vozes e na sonoridade. Em seguida, Pedro Henrique (foto) subiu ao palco. Calouro da UnB, o estudante gostou muito das observações do prof. Jodacil. "A aula foi muito boa, é incrível a bagagem cultural e a experiência do Jodacil. Foi o primeiro masterclass que participo. Se forem todos assim, que ótimo!", disse Pedro ao final da aula. Wagner Rodrigues, ativo participante das reuniões da BRAVIO e o autor de todas as fotos desse texto, subiu ao palco logo em seguida para tocar duas obras que pertencem ao repertório do Jodacil. Os comentários do professor, ao comentar de obras que ele conhece bem, foram excelente. "Muito bom. O Jodacil é show de bola", disse Wagner ao final. Antes de encerrar, Jodacil nos comentou sobre sua experiência na antiga ABV, associação violonística que funcionou nos anos 50 a 70, e na AV-Rio, que já está no quarto ano de atividade. Os conselhos dados e a troca de experiências foi muito útil e com certeza colaboraram para o bom funcionamento da BRAVIO.

Durante a tarde, uma palestra sobre compositores de Brasília. Infelizmente muitos convidados cancelaram na última hora, pelos motivos mais diversos, mas o bate-papo com Umberto de Freitas e Eustáquio Grilo foi muito proveitoso. Eles comentaram de suas obras principais, planos de divulgá-las e publicá-las, o que os motivou a compor, como eles trabalham, e como eles vêem a arte da música. Perguntas da platéia acaloraram o debate. Foi ótimo conhecer melhor a produção violonística feita na capital federal.

O que mais se esperava era o recital da noite. No palco do SESC 504 sul passaram grandes nomes da música de Brasília, instrumentistas que certamente estarão presentes nos eventos da BRAVIO. Fernando Dell'Isola abriu o recital tocando teorba, um belo instrumento do século XVIII, com uma bela apresentação. Ballo, de Kapsberger, foi o destaque da sua participação.

Em seguida, Felippe Maravalhas, em novo visual e novo instrumento, tocou guitarra barroca ateorbada, outro instrumento do século XVIII. Sua suíte de Bach foi muito apreciada, com uma interpretação muito bem informada sobre a época e ao mesmo tempo muito atraente para ouvidos modernos.

A noite não era só uma demonstração dos músicos da cidade, mas também um resumo da história do violão. Alvaro Henrique, após a curta Fantasia Sul-América, de Cláudio Santoro (fundador do departamento de música da UnB e da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional), tocou Gran Ouverture, de Mauro Giuliani, numa réplica de um violão do século XIX, ou seja, no mesmo instrumento tocado pelo próprio Giuliani.

Júlio Cruz (foto) subiu ao palco num violão moderno, com inovações recentes e uma projeção ímpar. Duas peças de Paulo Bellinatti mostraram toda a brasilidade do violão de concerto e o toque doce e firme de Júlio abrilhantaram essa festa do violão.

Em seguida, o grande convidado da noite, Jodacil Damaceno, subiu ao palco, mostrando um grande show de musicalidade e simplicidade. Não foi por acaso que ele foi o único músico da noite a ser aplaudido após cada obra. Seu belo toque e sua musicalidade causou admiração em toda a platéia. Mesmo adoentado, sua interpretação foi muito bela e foi uma verdadeira aula de sonoridade e maturidade musical. Difícil escolher uma peça de destaque, pois todas as três obras foram muito apreciadas, muito musicais, revelando que a experiência e a bagagem cultural tornam um músico erudito cada vez mais completo, maduro, e no apogeu, independente da idade.

Eustáquio Grilo, Luís Renato e Alessandro Borges encerraram a noite apresentando trechos do arranjo do Cravo Bem-Temperado, de J.S. Bach, que o prof. Grilo vêm trabalhando ao longo de vários anos. Os arranjos foram muito apreciados pela platéia, que ficou especialmente comovida ao ouvir o Prelúdio e Fuga IV do segundo caderno do CBT.

A platéia saiu feliz e satisfeita com o recital. Lamentamos a ausência de alguns nomes importantes na capital, mas com certeza eles serão convidados para eventos futuros. Todos adoraram a iniciativa e viram com bons olhos a criação de uma associação que divulgue o violão e instrumentos afins na capital. Queremos agradecer especialmente a colaboração do professor Otacílio, Rossi, Francisca, além da diretora do SESC 504 sul, Sarita, pela colaboração e viabilização do evento. Também queremos agradecer Ricardo Dias pela confecção do logo da BRAVIO. Por fim, todos os que divulgaram o evento, especialmente Eleninha e Geovane Motta, da Rádio Nacional.

Esperamos contar com sua participação no futuro! Caso você queira ser informado dos próximos eventos da BRAVIO, mande um e-mail para alvaroguitar@gmail.com

Fotos: Wagner Rodrigues 3351-7528 / 9101-7528

Primeiro encontro pré-BRAVIO - Associação Brasiliense de Violão

O evento tem o objetivo de arrecadar fundos para a criação da BRAVIO e discutir a situação do violão de concerto na capital federal.

Convidado especial: Jodacil Damaceno

Auditório do SESC da 504 sul
Sábado, 27 de agosto de 2005

Programação:

9h – Masterclass com Jodacil Damaceno. Entrada franca. Trazer instrumento e partituras das peças a serem tocadas na aula.

14h – Palestra com Umberto de Freitas, Jorginho Antunes, Eustáquio Grilo, Felippe Maravalhas, entre outros. Tema: Obras para violão de compositores de Brasília. Entrada franca.

21h – Recital com Fernando Dell’Isola, Felipe Maravalhas, Alvaro Henrique, Júlio Cruz Alexandria, Alessandro Borges, Luis Renato, Eustáquio Grilo e Jodacil Damaceno.

Ingressos a R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Vendas no SESC da 504 sul.

Fernando Dell’Isola
Violonista e alaudista, é formado em música pela UnB. É professor de alaúde e música de câmara da Escola de Música de Brasília.

A. Piccinini – Toccata Cromática
J. H. Kapsberger – Ballo
B. Castaldi – Sonata Forasteira 9

Felippe Maravalhas
Graduou-se em violão na UnB. Participou de vários cursos, como o Seminário de Violão em Porto Alegre, o Festival Música nas Montanhas em Poços de Caldas e o Curso de Interpretación Guitarrística em Mar del Plata. Foi professor substituto de violão na UnB de 2002 a 2004. Integra o grupo Affectus, e vem desenvolvendo seus estudos de alaúde e guitarra ateorbada.

J.S.Bach - Sonata BWV 1001 (Adagio/Fuga/Siciliano/Presto)

Alvaro Henrique
Formado em violão na USP. Se apresentou em cerca de 20 cidades brasileiras, na Inglaterra e na Grécia. Foi premiado nos principais concursos de violão do Brasil e no prêmio Nascente, organizado pela Editora Abril.

Cláudio Santoro – Fantasia Sul-América
Mauro Giuliani – Gran Ouverture

Júlio Cruz
Bacharel em música pela UnB, foi agraciado com bolsa de estudos pela Indiana University. Obteve ali, em maio de 2005, o mestrado em Guitar Performance, atuando também como professor assistente na instituição.

Paulo Bellinati - Cordão de Ouro
- Choro Sapeca

Trio Luis Renato, Alessandro Borges e Eustáquio Grilo
Este programa é uma mostra da adaptação integral do Cravo Bem Temperado de J.S.Bach para violões. Realizado ao longo dos últimos vinte anos, finalmente encontra-se em condições de ser submetido ao palco e à platéia.

Duo Luis Renato e E. Grilo
J. S. Bach - Prelúdio e Fuga II (CBT vol 1) em Am (original: Cm)
Trio
J. S. Bach - Prelúdio e Fuga XVI (CBT vol 1) em Fm (original: Gm)
- Prelúdio e Fuga IV (CBT vol 2) em Cm (original: C#m)

Jodacil Damaceno
Professor e concertista, lecionou em Paris e fundou o curso de Bacharelado no Rio de Janeiro. É vice-presidente da AV-Rio.

J. Dowland - Mignarda
J. Luis Merlín - Evocacón
Guido Santórsola - Prelúdio Antigo