Descontração e naturalidade
O Quarteto Artesanal e Alvaro Henrique foram as atrações do I Encontro da BRAVIO. Sim, no ano passado realizamos 05 Encontros, com atrações locais, nacionais (Paulo Porto Alegre, Jodacil Damaceno) e internacionais (o canadense David Jacques) e 01 Palestra (com Moysés Lopes), mas por alguns motivos (músicos tocando gratuitamente ou com apenas uma ajuda de custo, ausência de infra-estrutura para oferecer benefícios a sócios, etc.), resolvemos chamar esses eventos realizados em 2005 de pré-BRAVIO, ou seja, eventos preparatórios para as atividades que nos propusemos a realizar.
Alvaro Henrique inaugurou as atividades desse ano com a palestra Entrando no Mercado Musical: o Primeiro Recital. Observando que vários estudantes que estiveram presentes na última atividade do ano passado, a palestra Planejamento de Carreira para Músicos, feita por Moysés Lopes ( ver apreciação aqui), estavam em dúvidas sobre o começo da carreira, o jovem violonista resolver trocar experiências e dar dicas sobre esse momento crucial e que quase ninguém ajuda ou orienta: como conseguir e organizar os primeiros recitais. Na palestra foram abordados a montagem do programa, o preparo para imprevistos e detalhes, a confecção do material promocional (release, foto, gravação), a busca de locais para propôr apresentações, a negociação do recital, o momento da proposta, a organização do evento, preparo para o dia da apresentação e o que fazer assim que o recital acabou.
Os assuntos foram abordados baseados na experiência de vida do artista, que a dividiu gentilmente com a platéia, sem esconder, guardar ou omitir informações. Tudo muito prático, com exemplos da vida real - incluindo a análise de material de grandes violonistas. O público presente gostou da palestra e um dos participantes motivou o palestrante a escrever um artigo sobre o assunto e divulgá-lo na rede.
Após o evento, as pessoas presentes aproveitaram o espaço entre a palestra e o recital para conversar sobre música, testar violões novos (um dos participantes veio muito alegre com um violão Abreu novinho), bater um papo... É uma ótima oportunidade para fazer amigos e trocar idéias com pessoas que têm os mesmos interesses e gostos.
À noite, o Quarteto Artesanal apresentou obras de seu CD lançado a poucos meses. Lis, de Marco Pereira, obra dedicada ao grupo, iniciou uma noite muito descontraída, em que os músicos se sentiram muito à vontade e tocaram com extrema naturalidade. Em seguida, um obra de um dos membros do grupo: Gismotina, de Bosco Oliveira. Um trecho em vídeo dessa obra pode ser visto nesse link
Em seguida, Valsa Negra, de Leandro Braga e Balada para Toni, de Marco Pereira. Antes de iniciar a música, Pachá (violoncelo) explicou o processo de como se produz arranjos para uma formação tão diferente: dois violões, flauta e violoncelo. Outra membro do grupo escreveu uma obra que foi apresentada: Ladeira Abaixo, de Sidnei Maia. A obra, viva e alegre, contagiou a platéia e animou o público. Outra peça de Bosco Oliveira foi apresentada: Encontro das Águas.
Encerrou o programa um arranjo do grupo da Suíte Retratos, de Radamés Gnattalli, compositor que é homenageado esse ano pelo centenário de seu nascimento (a BRAVIO ano passado apresentou a integral para violão desse compositor para iniciar as festividades, como se pode conferir nesse link). A obra é uma homenagem de Radamés a compositores de música popular que ele admira. Pixinguinha, o primeiro movimento, homenageia um dos grandes gênios da música popular brasileira. Ernesto Nazareth, uma valsa, é dedicada a esse pianista tão importante pra música de salão do início do século passado. Anacleto de Medeiros, que foi maestro da banda do corpo de bombeiros do Rio, é um nome pouco conhecido, mas de grande importância no desenvolvimento da música popular. Uma gravação ao vivo da performance dessa peça pode ser baixada nesse link. Para fazer o download do arquivo, clique em "Free". Na página que abrirá em seguida digite as letras coloridas no campo indicado e clique enter.
Chiquinha Gonzaga, o último movimento da Suíte Retratos, é uma obra composta a partir de um tema da própria Chiquinha que Radamés desenvolveu nesse belo corta-jaca.
O público aplaudiu o grupo de pé e, de bis, repetiu Encontro das Águas, de Bosco Oliveira.
Gostaríamos de agradecer a todos que compareceram às atividades do I Encontro da BRAVIO e espero que vocês venham aos outros 9 encontros que estamos organizando até o fim do ano. Visitem o blog para ficar informados sobre eventos violonísticos em Brasília, pois aqui divulgaremos qualquer evento na cidade que trate de violão instrumental. Clique neste link para saber mais como se tornar um sócio da BRAVIO e quais são os benefícios que oferecemos.
Fotos: Rossi
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