BRAVIO - Associação Brasiliense de Violão

Notícias sobre o violão de concerto em Brasília

O fim do ciclo 2006

Início, meio e fim. No início, a euforia e as boas perspectivas de um algo que está por vir. No meio se encontra o usufruto, a velocidade de cruzeiro, o aprendizado, os acertos e os erros e, principalmente, a intensa troca entre as pessoas. Para o fim resta então a celebração do fechamento de mais um ciclo, do dever cumprido. E foi exatemente este último sentimento que norteou o último evento da Bravio do ano de 2006. Uma grande celebração que, mesmo sem fórmula mágica, em nada perderia se comparada aos últimos quadrinhos dos episódios de Asterix, onde toda a aldeia celebrava aos pratos de Javalis.

Estudo e Análise de Violões

Este último encontro da Bravio iniciou-se com uma atividade um pouco diferente das que ocorreram ao longo do ano: o estudo e análise de violões e suas sonoridades. Com a presença na platéia de representantes dos interesses dos diversos universos musicais (popular, erudito e o que se encontra entre esses dois pólos), a análise de violões e suas sonoridades trouxe ao palco 9 violões. Dentre estes se encontravam violões de luthieres e de fábrica (um Dornelas de cedro, um Munhoz de pinho, um Jó Nunes de pinho, um Jó Nunes de cedro, um Gilberto Guimarães de pinho, um Sérgio Barbosa de pinho, um Di Giorgio, um Jorge Raphael de pinho e um Sérgio Abreu).

Para que os violões não fossem identificados, colocou-se números através dos quais os mesmos iriam ser referenciados ao longo do estudo de suas sonoridades. Dois violonistas, Vítor e Pedro, ambos representando dois tipos opostos de toque: Vitor com um toque mais suave e Pedro com um toque mais forte. Para completar o cenário, dois trechos de música, um explorando as notas graves e outro as notas agudas, alguns acordes e, por fim, um conjunto de harmônicos a serem tocados. Como parte principal, a mobilidade das pessoas pela sala para que a sonoridade pudesse ser comparada em diferentes distâncias.

Cada violonista tocou os mesmos trechos em todos os violões. Primeiro Vitor, estudante da UnB, deu a sua contribuição ao estudo. Tocando um trecho de um tango de Astor Piazzola para exigir da parte grave dos violões e, para a parte aguda, o pedal contínuo do Prelúdio 3 de Villa-Lobos, Vitor caminhou com maestria por todos os violões. Após Vitor, Pedro, aluno da Escola de Música e vencedor do Concurso Souza Lima (categoria até 17 anos) deste ano, por sua vez aproveitou o Estudo 1 de Leo Brower para as partes graves do violão e Prelúdio em D menor de Bach para as partes mais agudas da análise. Acordes e harmônicos também foram executados por ambos em todos os violões.

Após Pedro e Vitor passarem por todos os violões, ambos deram seus depoimentos sobre a tocabilidade. Neste momento entrou no palco "o terceiro violonista" da análise: a plateia. Com a condução de Maurízio Martins, Joselito Novais e Augusto Mendonça, as pessoas foram estimuladas a dar seus pareceres, suas opiniões, questionamentos, etc. Colocações sobre madeira (pinho X cedro), tempo de amadurecimento de um violão, verniz X goma-laca, projeção, volume, sustentação e etc., tomaram conta do momento. Ao final, foi feito uma enquete onde cada um dizia qual violão mais lhe agradou.

Apesar de nem todos os fatores de conformidade básica para uma análise imparcial dos instrumentos (cordas, tempo de maturidade do instrumento, etc), o evento foi de grande valia para muitos que tiveram a oportunidade de comparecer. Desmistificações, entendimentos, esclarecimentos e, sobretudo, uma intensa troca de informações delineou o evento. Como não poderia deixar de acontecer, os violões ficaram a mostra para a experimentação a quem desejasse.

Registramos aqui nossos agradecimentos especiais às pessoas que cederem seus instrumentos para a análise, as pessoas da platéia, que contribuiram intensamente com suas opiniões e colocações e, não menos importante, ao Vitor e ao Pedro pela belíssima participação durante o estudo.

O Sarau

O Sarau fechou este ano dizendo a todos que veio para ficar. Com a presença de 8 violonistas, dentre eles estudantes, iniciantes, universitários da UnB, o encontro iniciou-se com o violonista João Ricardo, que entrou com pé direito na Bravio, trazendo não só sua participação intensa, mas como também sua ajuda e boa vontade. João apresentou Ária em Ré Maior de David Kellner. Logo após João, Augusto Mendonça deu continuidade ao Sarau apresentando o estudo 7 de Matteo Carcassi. Após Augusto Mendonça, André Miranda se apresentou tocando um arranjo de Gamela da famosa Asa Branca (Luiz Gonzaga) e, em seguida, seu irmão Paulo Miranda apresentou Romance de Amor. Registro aqui nossa intensa satisfação em receber estas duas pessoas no Sarau da Bravio pelo fato de ambos estarem iniciando seus estudos no violão, fazendo juz a uma das intenções do Sarau, que é justamente estimular as pessoas se apresentarem independente do nível em que se encontram.

Dando continuidade ao Sarau, Marcos Melo Rangel tocou Caixinha de Fósforos, de Othon G. Filho e Fábio Campos, ex-aluno de Maurízio Martins, apresentou as peças Brejeiro (Ernesto Nazareth) e Uma Valsa e 2 amores (Dilermando Reis), contagiando a todos com a alegria que estava sentindo ao se apresentar. Ao final do Sarau o trio de violões composto por Alexandre Aguiar, Luiz Vilela e Rodrigo Valle, alunos da UNB, apresentou de forma bastante convincente e bem trabalhada e as peças Ricordo de Somogio (Ferenc Farkas), Citharoedia Strigoniensis (Farkas) e Rondó (Paul Hindemith). Ao final do Sarau, todos dividiram o saguão do SESC com um bom bate papo, refrigerante, doces e salgados.

O Recital

Este receital foi um grande apanhado de violonistas que fizeram bonito este ano. Se apresentaram Wagner Rodrigues, que está voltando a se apresentar em público, Duo Fernando Dell'Isola e Felippe Maravalhas (Dell'Isola se tornou o primeiro alaudista brasileiro a gravar um CD solo), Alessandro Borges (mestre em música pela UFG, que está em vias de publicar uma edição completa da obra para violão solo de Dilermando Reis), Geraldo Nascimento (um talento que foi sendo revelado nos saraus da BRAVIO), Fabiano Borges (jovem violonista que realizou recentemente turnê na Europa) e Marcus Moraes (um grande músico popular que nesse ano gravou seu primeiro CD, no grupo Marambaia). Um verdadeiro caminhar entre o Erudito e o Popular, partindo desde peças Renascentistas, sendo estas tocadas por instrumentos também de época (Guitarra Barroca e Teorba), indo até a composições dos próprios artístas, como podemos destacar a peça de provável nome "Arroxa" de Marcus Morais e "O Primeiro Trêmulo" de Fabiano Borges.

Um destaque deste recital foi a apresentação de Geraldo Nascimento, que iniciou seu envolvimento na Bravio este ano, participando dos Saraus e, neste último evento, apresentou de forma agradabilíssima duas peças de Antônio Madureira. Wagner Rodrigues também deixou todos muito felizes e agradados com sua belíssima apresentação de peças de Villa Lobos e Stanley Myers. A apresentação foi filmada e pode ser apreciada nos vídeos indicados ao longo do texto.

Realmente este Recital fechou com chave de ouro não só o evento da Bravio, mas também o ciclo de de eventos de 2006. Todos, sem margem de dúvida, tocaram brilhantemente bem, deixando a plateia com o famoso "gostinho de quero mais". Mais músicas? Não somente! Mais encontros da Bravio!









Texto: Augusto Mendonça
Vídeos: Rossi

4 Comments:

At 6:36 PM, Anonymous Anônimo said...

Gostaria de saber qual foi o resultado da análise dos Violões.

 
At 6:39 PM, Blogger Carlos Augusto said...

Se não for possível publicar, gostaria que mandassem pro meu email o resultado da análise dos Violões. kbuchi@gmail.com Obrigado!

 
At 8:23 AM, Blogger siusi said...

ABRAÇO AaUGUSTO MENDONÇA
SIU

 
At 7:57 AM, Anonymous Anônimo said...

Eu sou do estado do Tocantins.
E eu estava buscando dicas sabe?
Eu estou querendo entrar na faculdade d música na UFG d Goiânia-GO.
Eu executo do Bach o Bouree(Iniciação ao violão vol. I d Henrique Pinto) e Minueto(método do Othon Rocha Filho) e quero saber se uma delas faz parte desses Movimentos das Quatro Suítes para Alaúde d JS BACH,
e se eu posso executar lá na prova sem medo umas dessas???
E em relação a esse estudo técnico q eu nem sei como é, eu executo o ANDANTINO d MATTEO CARCASSI(método do Henrique Pinto tbm) esse vc toca cmo estudo nº 3 d Matteo Carcassi no site violão pro, mas cmo no método não fala se é estudo ou não eu fikei na dúvida.
será q eles vão aceitar cmo estudo técnico e será q esse é bom pra mim apresentar lá? E quanto as peças d livre à escolha do candidato eu to meio sem rumo. Eu só toco akele chorinho Caixa d Fósforo d Othon Rocha Filho em questão d autor brasileiro.Se vc puder me indicar umas peças pra mim apresentar lá e mandar a partitura eu vou te agradecer pra caramba.

Olha no q vcs puderem me ajudar eu agradeço. No meu estado a pouco cultura desse meio por isso estou pedindo assim pras pessoas de tudo quanto é lugar.
Se puder me add no msn o meu é diogenes2006@hotmail.com a gnt pode conversar bem melhor e vc pod me ajudar.
E o meu link no orkut é:
http://www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=17187641165658815331

Por favor me ajude.

 

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