Casa Cheia

A masterclass conduzida pelo violonista brasiliense Júlio Cruz pela tarde teve participação representativa de estudantes de violão erudito de Brasília.

Júlio, que iniciou seus estudos de violão na Escola de Música de Brasília, formou-se como Bacharel pela Unb e obteve bolsa de estudos da Indiana University, adquirindo o grau de Mestre em Música.

O violonista Júlio abordou questões técnicas e musicais com muita propriedade e conhecimento. A masterlcass foi um sucesso na opinião dos participantes.


O Recital

Brasília, 08 de abril de 2006, uma noite de sábado. Auditório do SESC da 504 sul, casa cheia, olhos atentos e um clima de expectativa intenso, pois a noite em Brasília não seria a mesma depois da divulgação do recital do violonista Julio Cruz. Em poucos minutos Júlio sobe ao palco com violão em punho e seu olhar sereno que transmite segurança e tranqüilidade.

Júlio inicia sua apresentação com a Sonatina de Frederico Moreno Torroba, conhecida obra entre violonistas eruditos que foi bastante divulgada por Andrés Segóvia e outros violonistas, inclusive brasileiros. Júlio Cruz manteve a precisão técnica e interpretação coerente durante os três movimentos da Sonatina de Torroba. O concerto segue com as cinco Bagatelas de William Walton, compositor inglês que demonstra influências latinas nesta obra. Antes de iniciar, Júlio Cruz declara que seu repertório é baseado em peças que ele gosta de ouvir e, consequentemente, tocar. O violonista também disse que dentre as cinco Bagatelas prefere o 3º movimento –Alla Cubana.

Com alteração na ordem do programa, Julio segue tocando Inspiração e Jorge do Fusa de Aníbal augusto Sardinha, compositor, violonista (e multi-instrumentista) brasileiro mais conhecido como Garoto que tem sua obra reconhecida por músicos e ouvintes de todo mundo.

Suite Contatos, representativa obra de Paulo Belinatti é composta por cinco movimentos dedicados a violonista brasileira Cristina Azuma. Júlio tece elogios ao autor da suíte e à violonista a quem foi dedicada a obra Júlio Cruz. conduz os movimentos com segurança e interpretação marcante.

Milonga Del Angel e La Muerte del Angel, peças do compositor argentino Astor Piazolla, encerram a programação da noite onde Júlio diz que , mesmo sendo a Milonga uma peça que sugere tristeza, ele pensa em algo romântico para interpretá-la e sugere que o público faça o mesmo ao ouvi-la. Após aplausos intensos da platéia, Júlio Cruz retorna para o bis onde toca Pau de Chuva, quarto movimento da suíte contatos de Paulo Belinatti.

Texto e fotos: Wagner Rodrigues, 1º secretário da BRAVIO